sexta-feira, 30 de julho de 2010

Festas Populares 2010

Depois de alguma dificuldades técnicas, finalmente publicamos o cartaz oficial da Festa deste ano, gentilmente enviado pelo nosso conterrâneo Armindo Ramos, a quem agradecemos.

Votos de Boa Viagem



Hoje é um dos dias em que boa parte dos nossos conterrâneos emigrados iniciam a sua viagem de regresso à terra natal, para gozar umas merecidas férias e matar saudades dos entes queridos que ficaram para trás.


Por isso mesmo, desejamos a todos os que hoje e nos próximos dias iniciam essa jornada de regresso uma viagem segura e tranquila e esperamos vê-los a todos de boa saúde na festa da nossa terra.


Boa viagem a todos!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A festa dos quads regressa em Setembro a Penamacor

Clube Aventura recupera mega passeio Lead>


Depois de um interregno de um ano, o Mega Passeio de Penamacor, em motos 4, vai regressar à zona raiana, agora sob a chancela organizativa de Ricardo Megre e da equipa do Clube Aventura.

Esta actividade de todo-o-terreno, que chegou a juntar centenas de motos em Penamacor, numa autêntica festa dos quads, era para ter sido realizada em Maio passado, mas devido a vários eventos agendados para a data inicialmente aprazada, a organização decidiu transferi-lo para Setembro e integrá-lo no programa da III Feira de Coleccionismo e do Veículo Antigo de Penamacor, que decorrerá na aldeia de Águas a 18 e 19 de Setembro. O Mega Passeio está marcado para dia 18.

As inscrições encontram-se abertas até ao dia 3 de Setembro. Os participantes irão percorrer as paisagens serranas do concelho de Penamacor, bem como trilhos diversificados e que potenciam a riqueza paisagística da zona. Locais como a zona de lazer dos Moinhos, o Parque de Campismo do Freixial e o Terródromo José Megre, serão locais de paragem.

O Município de Penamacor, as Freguesias de Penamacor e Benquerença e os Bombeiros Voluntários de Penamacor, são os parceiros institucionais do Mega Passeio.

Autor: Artur Jorge in jornal "A Reconquista"

Em Penamacor

Ameaça idosa de morte e agride guardas

O Posto Territorial da GNR de Penamacor deteve, dia 21 de Julho, um individuo de 32 anos, pelo crime de desobediência, injúrias e agressão a militares da GNR.

A ocorrência verificou-se quando a patrulha abordou o referido indivíduo, por este ter injuriado e ameaçado de morte a uma idosa de 82 anos. Ao ser confrontado com estes factos, o mesmo reagiu de forma agressiva e violenta, agredindo os militares, ao ponto de um deles ter de receber tratamento no Centro de Saúde de Penamacor.

O homem foi levado para o Posto, mas já no interior das instalações da Guarda, voltou a reagir de forma violenta provocando vários distúrbios e tentando agredir novamente os guardas presentes.

In jornal "A Reconquista"

Segunda edição do Pen Magor

Terapias alternativas reinam em Penamacor

Mais de meio milhar de pessoas passaram pelos jardins da Biblioteca Municipal de Penamacor, naquela que foi a segunda edição do Pen Magor, Encontro de Terapias Alternativas.

Penamacor recebeu entre 17 e 19 de Julho segunda edição do Pen Magor – Encontro de Terapias Alternativas.

A iniciativa foi organizada por Anabela Martins e pela Câmara Municipal de Penamacor, através do seu pelouro da Cultura. Depois do interregno de um ano, o evento regressou à vila raiana e procurou mostrar aos locais e visitantes o vasto leque de Terapias.

Reiki, Massagens, Leitura da Aura, Constelações Familiares foram apenas algumas das terapias que os muitos visitantes procuraram conhecer, na prática, durante o quente fim-de-semana.

Cerca de 20 terapeutas participaram neste encontro e os visitantes puderam usufruir de várias sessões, a que se juntaram várias actividades em grupo e workshops temáticos.

“Julgo que temos de estar satisfeitos com o resultado conseguido, pois além das muitas pessoas que estiveram no encontro, vindas de todo o país, foi notória a receptividade e curiosidade de todos perante a possibilidade de experimentarem as terapias. Inclusive as gentes locais para quem muitas das terapias são uma novidade. Chegamos mesmo a ter pessoas em espera para possíveis desistências”, afirmou Anabela Martins, citada numa nota enviada pelo pelouro da Cultura.

Novidade este ano, ainda segundo a mesma nota, foi a feira de artesanato e mostra de produtos de base ecológica que se juntou às terapias, que ofereceu um colorido diferente. “Quisemos atrair ainda mais pessoas ao Pen Magor e complementar a divulgação das Terapias com esta mostra de artesanato”, adiantou Sara Gaspar, técnica da autarquia e uma das responsáveis pela organização. Acrescentou que “num espaço tão belo como é o da Biblioteca Municipal, é sempre agradável poder passar uma tarde num ambiente relaxado e de boa convivência como o que experimentámos aqui, por isso acho que a aposta foi ganha e o Pen Magor revelou-se um evento que tem tudo para vingar na nossa vila”.

Por fim, para a Câmara Municipal, através da vereadora da Cultura, Ilídia Cruchinho, ainda segundo a mesma nota, adiantou que o Pen Magor “constituiu um evento diferenciador na região, aliando a saúde e bem estar, proporcionado por estas novas terapias, ao usufruto das nossas paisagens e recantos paradisíacos”.

Para a vereadora, esta foi uma excelente oportunidade para dar a conhecer as potencialidades de Penamacor e contribuir para o “recarregar de baterias” de todos aqueles que visitaram a localidade no âmbito da iniciativa.

O evento deverá regressar num futuro próximo.

In jornal "A Reconquista"

Parque de Campismo do Freixial


Salvadorenses em convívio



Cerca de uma centena de salvadorenses e amigos de Salvador reuniram-se, dia 24 de Julho, num grande piquenique, realizado mo Parque de Campismo do Freixial, no concelho de Penamacor. O mote para este almoço convívio foi a confraternização e a promoção dos festejos em honra e louvor de Santa Sofia, a realizar dias 3, 4, 5 e 6 de Setembro.

Uma equipa composta por festeiros e amigos, chegou bem cedo ao Parque para tratar dos preparativos para este repasto, que teve início cerca das 13H00, com uma ementa recheada de bons petiscos regionais.

Ao almoço seguiram-se o tradicional jogo da malha, o jogo do prego, e muita música para animar, com um grupo de concertinas, que convidaram também a um pezinho de dança. Sortearam-se algumas prendas, entre as quais um presunto, que saiu ao salvadorense José Gabriel, que o doou novamente à Comissão, que por sua vez fez um leilão, o qual foi arrebatado pelo Rui, por outro filho da terra.

A Comissão de Festas fez um balanço positivo deste convívio, que contou também com a presença do padre Henrique Monteiro, agradecendo a todos os que participaram e ajudaram a que se realizasse, em especial à Câmara Municipal de Penamacor, que disponibilizou o Parque de Campismo e o autocarro.

In jornal "A Reconquista"

Rua da Vaqueira renomeada António Pires Carrilho


Popular lança petição para alterar toponímia

Joaquim Adelino, de Vale da Senhora da Póvoa, no concelho de Penamacor, acaba de lançar uma petição pública (http://www.peticaopublica.com/?pi=P2010N2733) na internet para que a Rua da Vaqueira passe a designar-se Rua António Pires Carrilho, pelo trabalho desenvolvido pela freguesia, mas também pelo concelho de Penamacor.

O pedido desta alteração toponímica é dirigido aos presidentes da Câmara Municipal de Penamacor e da Junta de Freguesia de Vale da Senhora da Póvoa.

António Pires Carrilho, conhecido pelos amigos como Tó Carrilho, foi “o presidente de Junta que, por sinal, mais tempo serviu a população e quiçá, sem desprimor para o trabalho desenvolvido pelos restantes, o que, no decurso dos sucessivos mandatos, maiores transformações provocou na sua fisionomia”.

Das obras executadas durante a sua governação, destacam-se “a cobertura do ribeiro que nasce na Fonte Santa e atravessa a freguesia; a instalação de um sistema de drenagem de esgotos e de águas residuais; a reabilitação do edifício/sede da Junta de Freguesia e do Centro de Saúde; a construção dos Largos das Festas e do parque desportivo; a abertura de caminhos agrícolas; a pavimentação ou repavimentação de praticamente todas as ruas da aldeia e o alargamento de algumas, como, por exemplo, as Ruas da Vaqueira e de Maria Esteves”.

In jornal "A Reconquista"

AVALIAÇÃO NEGATIVA

A bancada da oposição na câmara municipal de Penamacor considera que a actividade da maioria socialista no executivo nos primeiros 6 meses deste ano foi muito pobre.

A afirmação feita por Jorge Antunes na última reunião pública do executivo onde o vereador da coligação “todos por Penamacor” não poupou nas críticas ao facto de "o montante atribuido em apoios pontuais ser superior ao investimento em áreas como a educação e a acção social; temos mais de 7 mil euros de subsídios enquanto que na acção social investimos 150 euros e na educação perto de cinco mil".

Números que, diz o vice presidente da câmara de Penamacor, não correspondem à realidade. Para António Cabanas a oposição "está a cometer erros de análise de forma premeditada" uma vez que "há muitas verbas que nós investimos que constam doutras rúbricas; por exemplo na área da educação o senhor esqueceu-se de contabilizar os quase 2 milhões de euros para a construção do centro educativo".


Autor: Nuno Miguel in "Rádio Cova da Beira"

quarta-feira, 28 de julho de 2010

72ª Volta a Portugal

No próximo dia 4 de Agosto terá início a 72ª Volta a Portugal em bicicleta que conta com a participação de 16 equipas, num total de 144 corredores.

Mais uma vez, a Volta passará pelo nosso Concelho e pela nossa terra.

Esta passagem terá lugar no dia 11 de Agosto, na 6ª etapa, que ligará Moimenta da Beira a Castelo Branco, e estima-se que ocorra por volta das 15h40m.

Exposição Terrafotográfica - Localvisão TV

DOZE CLUBES VÃO DISPUTAR O DISTRITAL

Tudo indica que vão ser doze os clubes que vão participar na edição 2010/2011 do campeonato distrital de Castelo Branco.

Terminou ontem o prazo para os clubes do distrito se pudessem inscrever no campeonato distrital de seniores, de futebol, da próxima época. Até ao fecho da secretaria da AFCB só oito clubes tinham cumprido essa formalização: ADEP, Alcains, clubes que desceram da 3ª divisão, V. Sernache, Oleiros, Atalaia do Campo e Teixosense, que vêm da época passada e duas novas inscrições: V.V. Ródão e Escalos de Cima. Contudo, a RCB sabe que Pedrógão S. Pedro, Proença-a-Nova e Vilarregense enviaram por correio a inscrição, que foi recepcionada hoje nos serviços da AFCB.
O Unhais da Serra está a tentar resolver alguns problemas internos no clube, vai solicitar à AFCB para lhe ser concedido um prazo mais alargado para, depois de resolvidos os problemas internos, poderem decidir se estão capazes de inscreverem a equipa a tempo de participarem no distrital, como a direcção da AFCB decidiu alargar o prazo de inscrições até ao final do dia 4 de Agosto, o Unhais ou qualquer outro clube tem mais oito dias para doderem fazer a sua inscrição.
Assim sendo, contando com o Unhais da Serra, o campeonato distrital deverá ser disputado por 12 clubes, o mesmo número da época passada. De fora do distrital estão AD Fundão e Valverde, e muito provavelmente a Lardosa.

O Concelho do Fundão era o concelho do distrito com mais clubes a participar no distrital, com o abandono da Desportiva e do Valverde resta apenas a Atalaia do Campo.
Autor: José Joaquim Ribeiro in "Rádio Cova da Beira"

"QUESTÃO PREOCUPANTE"

Vítor Gabriel quer garantias da maioria socialista na câmara de Penamacor de que vão ser definitivamente ultrapassados os problemas de abastecimento de água às populações que residem nas zonas mais altas da vila.

Uma situação que, refere o líder da bancada da oposição, "se repete todos os anos no inicio do verão e que está a gerar muita insatisfação junto dos municípes que começam a estar fartos deste problema sem que exista uma solução definitiva. É preciso que a actual maioria garanta que estes casos não vão tornar a repetir-se".

O vice presidente da autarquia admite a existência de problemas recentes no abastecimento de água. Uma situação que "ficou a dever-se ao rompimento duma válvula" da príncipal conduta distribuidora. O problema foi entretanto ultrapassado mas António Cabanas admite que "vão ser tomadas medidas para evitar que este tipo de problemas se repita no futuro; estamos a fazer esforços nesse sentido pois essa questão tem-se verificado em alturas do ano em que existe um maior afluxo de pessoas ao concelho".

Na última reunião pública do executivo, António Cabanas deixou ainda o apelo aos penamacorenses para que não utilizem água da rede pública nas piscinas.


Autor: Nuno Miguel in "Rádio Cova da Beira"

segunda-feira, 26 de julho de 2010

"OPORTUNIDADE PERDIDA"

É deste forma que a bancada da oposição na câmara de Penamacor classifica a recente visita do primeiro-ministro àquele concelho.

O tema esteve em destaque na última reunião pública do executivo onde Jorge Antunes, vereador da coligação "todos por Penamacor" considerou que "a maioria no executivo deveria ter solicitado apoio para a resolução de alguns problemas que preocupam o concelho e não apenas a manutenção do regime SCUT na auto estrada da Beira Interior".

Críticas desvalorizadas pelo vice presidente da autarquia penamacorense. António Cabanas refere que a visita do primeiro-ministro àquele concelho foi uma oportunidade bem aproveitada para solicitar apoio a José Sócrates para a concretização de vários projectos "não foi só a questão das scuts; solicitámos apoio para as questões do emparcelamento e da conclusão dos nossos regadios; apresentámos uma proposta concreta na área do turísmo e ainda solicitámos que, à semelhança do que sucede na energia éolica, a câmara pretende receber uma renda pelo aproveitamento eléctrico da mini-hídrica que o senhor primeiro-ministro veio inaugurar ao nosso concelho".


Autor: Nuno Miguel in "Rádio Cova da Beira"

sexta-feira, 23 de julho de 2010

AUTARCAS QUEREM REGRESSAR À SERRA DA ESTRELA

Os autarcas de Penamacor, Oliveira do Hospital, Mangualde e Tábua vão pedir uma reunião ao Primeiro Ministro a quem vão entregar um documento conjunto solicitando a José Sócrates a integração destes 4 municípios na Turismo Serra da Estrela.

O anúncio feito por Domingos Torrão na cerimónia de inauguração da mini-hídrica presidida pelo Primeiro Ministro "é a turismo Serra da Estrela que queremos pertencer e não a uma região centro que nada nos diz, e não é a nomenclatura das NUT´s que nos vai obrigar a estar onde não queremos".

Segundo o autarca esta é uma ideia partilhada pelos municípios de Tábua, Mangualde e Oliveira do Hospital que "brevemente vamos solicitar uma reunião ao senhor PM e entregar-lhe um documento conjunto sobre esta questão". Informou o autarca de Penamacor.


Autora: Paula Brito in "Rádio Cova da Beira"

"É URGENTE DEFINIR O FUTURO".

Vítor Gabriel considera que chegou a hora de tomar decisões em relação ao processo de construção de uma unidade hoteleira no concelho de Penamacor.

O tema voltou a estar em destaque na última reunião pública do executivo, onde o líder da bancada da oposição deixou algumas críticas em relação ao comportamento do parceiro privado que está envolvido neste processo.

Para o líder da bancada da coligação “Todos Por Penamacor” existe "uma grande falta de interesse por parte do parceiro privado em avançar para a construção do hotel e esta obra jamais será uma realidade caso não sejam encontradas outras soluções".

Face a esta indefinição, Vítor Gabriel considera que a câmara de Penamacor só pode seguir 1 de 2 caminhos "ou o projecto avança o a câmara deve avançar para a dissolução da sociedade por quotas que foi constituida para esse efeito".

Embora sem nunca falar num eventual cenário de dissolução da sociedade “Malcatur”, o vice presidente da autarquia admite que "a câmara, embora não tenha como missão construir hotéis, continua a envidar todos os esforços para que este projecto se concretize". Para António Cabanas o mais importante é que o hotel se construa, independentemente da solução que venha a ser seguida "ou com este parceiro ou com outro; com ou sem a participação da câmara".


Autor: Nuno Miguel in "Rádio Cova da Beira"

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Meimão continua a queixar-se

Falta de água em plena zona de regadio


Apesar de estar rodeada pelas barragens que abastecem o Regadio da Cova da Beira, a aldeia do Meimão deixou de ter água para os campos desde que as obras do regadio avançaram, continua a queixar-se a população.

Alguns residentes recordaram quinta-feira, dia 21 de Julho, o problema ao Primeiro-Ministro, José Sócrates, com uma tarja que pedia ao governante que não deixe aquele pedaço de terras à sede.

“Havia linhas de água que enchiam os açudes com que regávamos as nossas hortas. Com a construção da Barragem do Sabugal, secou tudo”, lamenta Maria de Deus, habitante do Meimão e secretária da Junta de Freguesia.

“Para além disso, estamos à beira do regadio, mas a uma altitude à qual a água já não chega”, lamentou, queixando-se da situação que já há alguns anos está a deixar à seca os pequenos terrenos da aldeia.

“Todos tínhamos um pouco de batata, couve e outros produtos, sobretudo para consumo próprio”, sublinhou.

O ministro da Agricultura, António Serrano, garantiu que “o assunto está a ser tratado”, mas “tecnicamente não é fácil. Provavelmente é irónico, mas a preocupação fundamental tem sido completar todo o projecto tal como estava projectado. Há problemas locais que têm de ser resolvidos e tudo será feito para o conseguir”.
In jornal "A Reconquista"

Sócrates inaugura mini-hídrica e adjudica últimas obras

Regadio da Cova da Beira pronto em 2011


Todos os trabalhos do Regadio da Cova da Beira vão ficar concluídos em Agosto de 2011, garantiu quarta-feira, dia 21 de Julho, o Primeiro-Ministro José Sócrates, que espera agora que os proprietários se associem para ganharem escala internacional.

José Sócrates falava na inauguração da central mini-hídrica de produção de electricidade do Meimão, no concelho de Penamacor, uma das últimas obras do regadio.

A central mini-hídrica de produção de energia eléctrica do Meimão está instalada na conduta que abastece o Regadio da Cova da Beira a partir da Barragem do Sabugal e aproveita o desnível de 220 metros para produzir electricidade com a força da água. A central representa um investimento de quatro milhões de euros e tem uma capacidade instalada de seis mega volt-ampere (MVA).

Na mesma cerimónia, o Primeiro-Ministro procedeu também à consignação do último bloco do regadio, da Fatela, a construir no concelho do Fundão.

José Sócrates recordou que o pedido da Câmara da Covilhã para que o Governo estudasse a construção de um regadio foi feito em 1957, o ano em que o que ele nasceu.

Uma alusão à sua data de nascimento, para concluir que, “já está na hora de o acabar”.

“Sinto que sou de uma geração que finalmente fez esta obra, não seremos uma geração que mais uma vez adiou o Regadio da Cova da Beira”, destacou.

O presidente da Câmara Municipal de Penamacor, Domingos Torrão, destacou que há água, mas “falta agora área de cultivo com dimensão”, alertando para o problema da dispersão dos terrenos por vários proprietários.

A dimensão média das propriedades “é de cerca de um hectare”, disse à Agência Lusa o presidente da Associação de Regantes, António Gomes, o que impede que haja explorações agrícolas com uma escala rentável.

Mas José Sócrates espera que “com a chegada da água” os agricultores “se associem e a dimensão da propriedade agrícola seja maior para ser mais competitiva e para que possa concorrer nos mercados internacionais”.

Para o ministro da Agricultura, António Serrano, não há mesmo outra via senão a associação entre agricultores. “Quando o Estado investe 320 milhões de euros (em todo o regadio), todos temos que ter vontade para usar o que aqui está. Julgo que os agricultores estão disponíveis para ajudar nesta matéria, não há outra via”, sublinhou, reconhecendo que as taxas de adesão aos regadios públicos estão aquém do desejado.

“É um problema dos regadios públicos, temos taxas de adesão que não são muito grandes. Compete ao Estado trabalhar em conjunto com os agricultores e resolver a situação. Nestas zonas com áreas mais reduzidas o trabalho a desenvolver é maior”, acrescentou, mas acredita que “através de associações e vários outros instrumentos encontremos dispositivos adequados”.

Segundo a Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, o investimento global actualizado no Regadio da Cova da Beira é de cerca de 320 milhões de euros e com a conclusão das obras na campanha de rega de 2012 ficarão beneficiados pelo regadio 12.360 hectares de terrenos, envolvendo 1653 agricultores.

A área a beneficiar envolve 29 freguesias dos concelhos de Sabugal, Belmonte, Covilhã, Fundão e Penamacor. O Aproveitamento Hidroagrícola da Cova da Beira insere-se no plano de aproveitamento dos recursos hídricos da bacia superior do rio Zêzere e do Alto Côa. Para além do abastecimento de água às populações dos cinco concelhos, o sistema vai permitir a regularização fluvial, a defesa contra as cheias dos cursos de água e ainda a produção de energia eléctrica.
In jornal "A Reconquista"

Penamacor

Sábado é dia de ir ao museu

O Museu Municipal de Penamacor propõe para este sábado, dia 24, uma manhã diferente, com uma visita guiada ao acervo do museu, com destaque para as exposições “Quadros da Fauna Local” e “Terra Fotográfica”.
Depois os participantes têm à sua espera um workshop de artes decorativas, onde podem aprender a técnica de envelhecimento em marfinite. A actividade da organizada pela Câmara Municipal de Penamacor é gratuita, mas é exigida inscrição prévia.
In jornal "A Reconquista"

O que há para ouvir no festival

Dia 30 de Julho:

- Puro Acaso

- Rota Livre

- Dj Convidado


Dia 31 de Julho:

- Tributo aos Nova Banda

- Fúrias Band

- Alcoolémia

- Dj Convidado


Dia 1 de Agosto:

- Tarde Folclórica

In jornal "A Reconquista"

Grupo volta aos palcos 20 anos depois



Nova Banda volta a dar um ar do seu rock

A banda da aldeia de Benquerença junta-se para um concerto de tributo no Festival de Rock organizado na freguesia.

No princípio da década de 1980 o ar de rock também era respirado a plenos pulmões na Benquerença. Enquanto o rádio tocava os primeiros êxitos de Rui Veloso, UHF, GNR ou Xutos & Pontapés, um grupo de três amigos desta aldeia do concelho de Penamacor começava a escrever a história da Nova Banda. A aventura durou poucos anos, mas os suficientes para editar um disco e deixar saudades. Tantas que a Nova Banda vai renascer a 31 de Julho, no segundo dia do Benquerença Rock Festival 2010.

O palco ficará montado a poucos metros da esplanada onde Álvaro Beites trabalha. Com Tó Candeias e Fernando fez parte do grupo fundador da Nova Banda. Tó Zé, o baterista, veio depois. “Sabíamos que ele estava habituado a tocar nos conjuntos na Guarda e fomos buscá-lo a Caria”, conta Álvaro.

À semelhança dos seus contemporâneos a Nova Banda cantava em português, mas tinha a particularidade de ser de uma pequena aldeia do interior, num tempo em que não havia auto-estrada para Lisboa ou internet para divulgar o trabalho.

“Era engraçado porque quando tocávamos com as bandas de Lisboa todos procuravam de onde é que nós éramos. E ficavam admirados”, recorda Álvaro Beites. “Nós costumávamos dizer que éramos de trás das estevas”, acrescenta entre risos.

A tropa e a necessidade de ganhar a vida acabaram por contribuir para o fim da banda. Desses dias ficaram os diversos concertos, o disco em vinil e uma amizade que dura até aos dias de hoje. Da formação inicial falta Tó Candeias, que faleceu em 2006. O concerto ser-lhe-á dedicado.

A banda não tocava junta há mais de 20 anos e irá apresentar ao vivo algumas músicas que não estão no LP gravado em 1981. Os ensaios começaram há poucas semanas e Álvaro Beites diz esperar “que aquela gente que gostava de nos ver apareça”.


Festival regressa à praia fluvial


O regresso dos Nova Banda promete ser o ponto alto do Benquerença Rock Festival 2010, que acontece de 30 de Julho a 1 de Agosto na Praia Fluvial do Moinho. O festival criado em 2004 regressa após um ano de interregno e além da banda da década de 1980 trará até à aldeia uma outra que ficou conhecida nos idos da década de 1990. Os Alcoolemia actuam a 31 de Julho, no mesmo dia do tributo aos Nova Banda e dos Fúrias Band, outra formação nascida na Benquerença.

José António Saraiva, da organização do festival, explica ao Reconquista que o retomar da organização “tem como razão principal trazer gente à nossa terra”. A escolha da data não foi feita ao acaso, já que é nesta altura que a aldeia começa a ganhar uma outra vida, com a chegada dos emigrantes e outros naturais da Benquerença. Os bilhetes serão acessíveis para chamar gente e promover a freguesia e em especial a praia fluvial da Benquerença.

“As aldeias estão cada vez mais desertificadas e temos de promover actividades para que as pessoas tenham gosto em vir e cá estar”, diz José António Saraiva, que faz parte da pequena equipa de cinco pessoas que está a erguer o festival. E como nem os mais velhos gostam de faltar, a última tarde é dedicada em exclusivo ao folclore.

Autor: José Furtado in jornal "A Reconquista"

Cáritas raianas promovem rota

Aldeia de João Pires recebe jovens raianos

O concelho de Penamacor vai receber jovens portugueses e espanhóis, que vão conhecer a realidade das aldeias.

A freguesia penamacorense de Aldeia de João Pires vai ser um dos pontos de encontro da segunda edição da Rota Transfronteiriça pela Raia entre Portugal e Espanha, na qual são esperados 23 jovens dos dois lados da fronteira. A iniciativa é organizada pela Cáritas Diocesana da Guarda, em colaboração com as congéneres espanholas de Ciudad Rodrigo e Salamanca. Ao nível local conta com o apoio do Centro Social Paroquial e da Fábrica da Igreja de Aldeia de João Pires.

A rota começou na terça-feira, passando por Vale Verde no concelho de Almeida e pelas localidades espanholas de Villarino de los Aires e Gallegos de Argañán. A chegada ao concelho de Penamacor acontece no dia 27, com os participantes a permanecerem em Aldeia de João Pires até ao dia 30. É nesta freguesia que vão participar em diversas actividades, como um peddy-paper fotográfico, visitas a museus, caminhadas pela serra, jogos tradicionais e uma sessão sobre desenvolvimento sustentável.

“Aquilo que nós pretendemos é que estes jovens conheçam a realidade da Raia, que é preciso olhar a realidade com olhos de ver e intervir sempre que for possível”, diz ao Reconquista a presidente da Cáritas da Guarda, Emília Andrade.

A primeira edição da rota passou por seis localidades, mas a organização optou este ano por apenas quatro “para dar um pouco de mais tempo às pessoas para conhecerem melhor as realidades”, explica a presidente da Cáritas Diocesana.

O trabalho desenvolvido não se esgota nos 10 dias de duração da Rota. As três Cáritas têm dois animadores sócio-culturais - um em cada país - que trabalham junto das comunidades, contactando autarquias, associações ou paróquias.

Autor: José Furtado in jornal "A Reconquista"

Central Mini-Hidríca do Meimão - Localvisão TV

Autarca de Penamacor faz apelo a José Sócrates - c/som

“Não vá atrás das ‘cantigas’ de Lisboa e Porto relativamente à fixação de portagens, por mais que custe”. O apelo foi feito pelo presidente da Câmara de Penamacor, durante a cerimónia de inauguração da central mini-hídrica do Meimão que contou com a presença do primeiro ministro, José Sócrates.

O socialista Domingos Torrão recordou que “o interior só consegue fixar gente criando riqueza e postos de trabalho” e a introdução de portagens na auto-estrada da Beira Interior (A23) é um obstáculo ao desenvolvimento.

Um apelo que não teve resposta por parte de José Sócrates. O primeiro ministro centrou o seu discurso no assunto que o levou até Penamacor, o Regadio da Cova da Beira, e no final recusou falar aos jornalistas.

Agosto de 2011 é o prazo de conclusão de todos os trabalhos deste investimento que começou a ser desenhado em 1957, ano em que a Câmara da Covilhã pediu o primeiro estudo ao Governo. “Está na hora de o acabar”, diz José Sócrates que acompanhou o processo de construção do Regadio durante toda a sua vida política. O primeiro ministro acredita que fará parte da "geração que finalmente fez o regadio e não de uma geração que mais uma vez adiou o Regadio da Cova da Beira”. É preciso agora que os agricultores “se associem e a dimensão da propriedade agrícola seja maior para ser mais competitiva”, recorda José Sócrates.


Autora: Susana Proença in "Jornal do Fundão"

Ficheiros aúdio:

Regadio da Cova da Beira quase pronto

O primeiro-ministro deslocou-se à região para inaugurar a central mini-hídrica de produção de electricidade do Meimão, no concelho de Penamacor.

Todos os trabalhos do Regadio da Cova da Beira vão ficar concluídos em Agosto de 2011, anunciou o primeiro-ministro José Sócrates, que espera agora que os proprietários se associem para ganharem escala internacional. José Sócrates falava, ontem, na inauguração da central mini-hídrica de produção de electricidade do Meimão, no concelho de Penamacor, uma das últimas obras do regadio. A central está instalada na conduta que liga a Barragem do Sabugal à rede de rega. Na mesma cerimónia, o primeiro-ministro procedeu à consignação do último bloco do regadio, da Fatela, a construir no concelho do Fundão. José Sócrates recordou que o pedido da Câmara da Covilhã para que o governo estudasse a construção de um regadio foi feito em 1957, o ano em que o que ele próprio nasceu. Uma alusão à sua data de nascimento, para concluir que, «já está na hora de o acabar». «Sinto que sou de uma geração que finalmente fez o regadio, não seremos uma geração que mais uma vez adiou o Regadio da Cova da Beira», destacou. «Temos água, o que falta agora é área de cultivo com dimensão», destacou o presidente da Câmara de Penamacor, Domingos Torrão, alertando para o problema da dispersão dos terrenos por vários proprietários. A dimensão média das propriedades «é de cerca de um hectare», disse à Agência Lusa o presidente da Associação de Regantes, António Gomes, o que impede que haja explorações agrícolas com uma escala rentável. Mas José Sócrates espera que «com a chegada da água» os agricultores «se associem e a dimensão da propriedade agrícola seja maior para ser mais competitiva e para que possa concorrer nos mercados internacionais». Para o ministro da Agricultura, António Serrano, não há mesmo outra via senão a associação entre agricultores. «Quando o Estado investe 320 milhões de euros [em todo o regadio], todos temos que ter vontade para usar o que aqui está». «Julgo que os agricultores estão disponíveis para ajudar nesta matéria, não há outra via», sublinhou, reconhecendo que as taxas de adesão aos regadios públicos estão aquém do desejado. «É um problema dos regadios públicos, temos taxas de adesão que não são muito grandes. Compete ao Estado trabalhar em conjunto com os agricultores e resolver a situação». «Nestas zonas com áreas mais reduzidas o trabalho a desenvolver é maior», acrescentou, mas acredita que «através de associações e vários outros instrumentos encontremos dispositivos adequados». Segundo a Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, o investimento global atualizado no Regadio da Cova da Beira é de cerca de 320 milhões de euros e com a conclusão das obras na campanha de rega de 2012 ficarão beneficiados pelo regadio 12 360 hectares de terrenos, envolvendo 1653 agricultores. A área a beneficiar envolve 29 freguesias dos concelhos de Sabugal, Belmonte, Covilhã, Fundão e Penamacor.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Autarca pede a Sócrates para não introduzir portagens na Beira Interior

O presidente da Câmara de Penamacor (PS) pediu hoje ao primeiro ministro José Sócrates para não ir nas conversas “de Lisboa e Porto” e para não introduzir portagens na auto-estrada da Beira Interior (A23).

José Sócrates inaugurou hoje a central mini-hídrica de produção de electricidade do Meimão, no concelho de Penamacor, e ouviu o pedido durante a cerimónia oficial, no meio do discurso do autarca.

“Acabou de percorrer parte da nossa A23, que tanto contribuiu para que se concretizasse. Espero, olhos nos olhos, que não vá atrás das cantigas de Lisboa e do Porto para fixação de portagens, por mais que custe”, disse o autarca.

O pedido foi interrompido por um forte aplauso das dezenas de convidados que assistiam à cerimónia.

Segundo Domingos Torrão, “há regiões e regiões, há municípios e municípios, e o interior só consegue fixar gente criando riqueza e postos de trabalho”.

Apesar do apelo, José Sócrates não deu qualquer resposta.

In "Terras da Beira"

II Encontro de Terapias Alternativas (Localvisão TV)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Quatro anos no Solar do Conde

Biblioteca visitada por 12 mil desde a inauguração

A Biblioteca Municipal de Penamacor recebeu quase 12 mil visitantes nos primeiros quatro anos após a inauguração do edifício no Solar do Conde. Segundo a biblioteca durante o mesmo período foram realizados 4512 empréstimos, havendo neste momento 1020 utilizadores inscritos. A maioria são jovens com idades entre os 14 e os 19 anos, com 269 utilizadores.

Os quatro anos no Solar do Conde foram celebrados com uma palestra dedicada aos idosos, a cargo de um grupo de alunas finalistas da Escola Superior de Enfermagem, do Politécnico de Castelo Branco.

A Biblioteca Municipal de Penamacor foi criada em 1949 e depois de várias moradas abriu portas no Solar do Conde em Julho de 2005. A inauguração oficial aconteceu um ano depois, com a presença da então ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima.

In jornal "A Reconquista"

Salvador

Santa Sofia promove festa no parque

A Comissão de Festas de Santa Sofia está a organizar um almoço para promover os festejos na aldeia penamacorense de Salvador. O convívio marcado para 24 de Julho no Parque de Campismo do Freixial, junto à ribeira da Baságueda, tem inscrições abertas pelos telefones 96 26 00 963 (José Morais) e 96 491 33 58 (Amílcar Cordeiro). A organização disponibiliza ainda o correio electrónico comissaofestasdesantasofia@gmail.com.

A festa de Santa Sofia acontece de 3 a 6 de Setembro e os pormenores podem ser acompanhados no blogue http://comissaofestasdesantasofia.blogspot.com.

In jornal "A Reconquista"

QUADROS DA FAUNA LOCAL

É mais um motivo para uma visita ao museu municipal de Penamacor. Aquele espaço acolhe uma nova exposição permanente que mostra alguns dos mais raros espécimes da fauna selvagem da região.
O museu municipal de Penamacor está aberto de terça-feira a domingo, das 9 às 12:30H e das 14 às 17:30H. Encerra às segundas-feiras.

Autor: Paulo Pinheiro in "Rádio Cova da Beira"

quarta-feira, 14 de julho de 2010

3ª FEIRA DE COLECCIONISMO E DO VEÍCULO ANTIGO.

Com um conceito inovador, introduzido em Portugal por José Megre, a aldeia de Águas, no concelho de Penamacor, acolhe a terceira edição da feira de coleccionismo e do veículo antigo, nos dias 18 e 19 de Setembro.
Este ano, a iniciativa do Clube Aventura, agora dirigido por Ricardo Megre, volta a mostrar veículos clássicos, tractores e máquinas agrícolas, viaturas militares e de bombeiros, antiguidades, velharias, livros e revistas da especialidade, miniaturas e colecções diversas.

Autor: Paulo Pinheiro in "Rádio Cova da Beira"

Penamacor é o concelho mais envelhecido do país

Juventude sequestrada

Estudo coloca os pontos nos i’s no despovoamento da região. Penamacor foi considerado o concelho mais envelhecido do país. Mas está longe de estar só nesta batalha. Um S.O.S para quem o quiser ouvir. Haverá?

O CABELO branco espera no chão da barbearia pela passagem da vassoura. Traga-se o tempo com vagar. Descose-se o fio da conversa tépida. Com paciência, porque o tempo não corre contra ninguém. Nem ninguém corre contra o tempo. Na barbearia de João Gonçalves, em Penamacor, vivem-se dias abrigados de um Verão com ares de impiedoso. Mais um, como tantos outros, mais quentes ou menos quentes, com mais ou menos gente nas ruas. A vila vagueia na planície da serenidade. Tal como deve ser. Ao tempo nada deve porque ele nada lhe trouxe. Apenas levou. Gente. Quanto muito é Penamacor quem deve pedir contas ao tempo.

A juventude roubada. A juventude sequestrada. Sente-se o armistício, um estranho pudor entre a pedra deste secular território onde desponta o castelo que conferiu importância estratégica à vila na defesa de uma fronteira, que agora serve para muitos passarem para além do sonho de outras vidas em outras paragens, longe de um tempo severo que esvaziou ruas, casas e escolas e apenas encheu lares. Resiste-se como se pode. Ou melhor, assiste-se como se pode. Culpar o quê? Isto é uma história demasiado longa, de origens bem fundas e longínquas. Como lutar contra uma infinita corrente com remos de madeira?

Culpar o quê?

Culpar quem?

Fora desta barbearia de Penamacor é o mundo que anda ao avesso, invertendo a pirâmide das idades de um concelho, que já é o mais envelhecido de Portugal. Aqui dentro, tudo perfeito, tudo dentro de uma insuspeita normalidade: cabelo branco cortado de fresco caído aos pés da cadeira vazia; aqui onde nada se descose, nada se desatina. Há um férreo escrúpulo nesta tela que vai envelhecendo ao sol. Porque se isto já anda tudo ao contrário, de pernas para o ar, para quê complicar mais as coisas?

Que flua o destino.

Um estudo feito para o “Diário de Notícias” por Maria Filomena Mendes, docente na Universidade de Évora e presidente da Associação Portuguesa de Demografia, coloca Penamacor na cauda do envelhecimento populacional do país: há 545 pessoas com mais de 65 anos por cada 100 jovens até aos 15 anos. O concelho tem vindo a perder população década após década. Mas não está sozinho. Por exemplo, Vila Velha de Ródão está em penúltimo: 537 idosos por cada 100 jovens. A média nacional é de 118 idosos por cada 100 jovens. A Beira Interior, no seu todo, verga-se sob um peso invisível. A autora do estudo, em declarações ao DN, diz que com estes números, estes territórios estão condenados a prazo, não existindo possibilidade de regeneração natural: “são regiões com uma fertilidade muito baixa, um número de idosos muito elevado e se não conseguirem fixar os jovens que ainda lá residem e atrair imigrantes vão ter imensos problemas”.

A população não se consegue regenerar e as quebras demográficas são violentíssimas. Em Penamacor, em 50 anos perdeu-se 65 por cento da população do concelho. A vila sede de concelho já não alcança os dois mil habitantes. Em sete anos (2000-2006) registaram-se apenas 204 nascimentos no concelho. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística estimavam, para o final de 2009, uma população de 5.522 habitantes no concelho, menos 110 em relação ao ano transacto. Em 1981, tinha 9.524 habitantes, em 1991, 8.115 habitantes e em 2001, 6.658 habitantes.

Dentro desta barbearia, no centro da vila, lança-se um olhar lá para fora onde o mundo anda mesmo às avessas nestas terras da raia. Estes cabelos brancos há pouco cortados ali no chão são uma crónica perfeita de um tempo amparado nos bancos do jardim. João Oliveira Gonçalves, 74 anos, o barbeiro, lança a âncora ao passado e recorda uma Penamacor “mais populosa, com mais actividade, embora fosse mais ligada à agricultura. Agora não tem nem uma coisa, nem outra. Tinha mais comércio, porque havia mais gente. Isto tudo foi-se despovoando, sempre migrou muita gente para Lisboa e para outros grandes centros. Vieram também as grandes emigrações e isto foi definhando. Cada vez tem menos vida, quem faz o movimento são as pessoas”. Desde os 14 anos que o seu mundo passa por aqui, por este lugar no centro. Conheceu o caminho de Lisboa para cumprir o serviço militar, mas as “circunstâncias da vida” fizeram-no voltar para a sua terra de sempre. “Comecei a trabalhar por minha conta a partir de 1959. Na altura havia mais barbearias. Mas depois começou a faltar gente, os mais idosos terminaram a sua actividade e não houve sucessores”.

Por estes dias “cá vou aguentando isto com alguma clientela da velha guarda. Estou aqui não por obrigação, mas por devoção. Já cortei o cabelo a um par de gerações, aos avós, aos pais e aos netos. Já vou na quinta geração. Mas, agora, esta última geração já não vem aqui muito para os velhos. Já não são muito atractivos para estas novas gerações”.

E o futuro?

“Eu gostava que a porta ficasse aberta, mas não estou a ver muitas hipóteses.”

Domingos Cruchinho faz parte do estrato etário mais representativo de Penamacor. Tem 74 anos. Em 1964, foi apanhado pela grande vaga de emigração e foi para a França. Regressou em 1982 e por cá ficou. “Tenho seguido a vida como carpinteiro”. Mas antes de ir para França a sua arte era a de sapateiro: “tinha uma oficina e ensinei seis rapazes a trabalhar e todos ficaram aptos. Na altura isto aqui era mau. O primeiro ordenado que recebi lá foram seis contos por um mês. Aqui nem um conto de réis arranjava por mês. Fui e deu resultado. Em 1964, abalou daqui muita gente e ainda lá há alguns, mas poucos. Ficaram lá os filhos deles e os netos”.

A Penamacor que deixou em 1964 e a de hoje “são muito diferentes. Havia cá muita gente, mas a vida era outra”.

Em Penamacor, a Câmara Municipal e o lar são os maiores empregadores. A pequena indústria e o comércio garantem a outra fatia substancial da empregabilidade de um concelho que vive com o drama que assola muitos outros na Beira Interior. Um círculo vicioso de difícil resolução: se não há pessoas, os investimentos não se fixam, mas se os investimentos não se fixam, não se podem manter os quadros. E os reformados já são mais do que a população no activo. Num espaço onde as escolas de primeiro ciclo continuam a fechar sucessivamente por falta de alunos que as permitam manter abertas ao abrigo dos limites mínimos impostos pelo Ministério da Educação, o trajecto escolar afunila-se até ao 12.º ano, onde os poucos alunos não dão para constituir turmas que diversifiquem as áreas de ensino. Quem procura outras opções, terá que procurar outra escola.

Da ourivesaria gerida por Maria Ferreira olha-se “para uma clientela a diminuir... Antes tínhamos o quartel, tínhamos a PSP, tínhamos a Guarda Fiscal e hoje não temos nada. Tinham cá as suas famílias, as suas casas”. Aos 80 anos já não guarda esperanças que o tempo volte para trás: “os jovens vão-se todos embora, os velhos vão morrendo...” Longe vão os tempos em que “havia muita clientela, havia muita gente”.

No meio disto tudo, o que pode fazer um autarca? Palavra a Domingos Torrão, presidente da autarquia.

O que fazer para mudar o cenário? “Isso é o que pensamos desde que estamos aqui”, confessa. “Nós vamos fazendo o que podemos dentro das limitações orçamentais e constitucionais. Há municípios que têm recursos óptimos, têm recursos endógenos que são de aproveitar, mas depois falta o resto: falta a iniciativa privada, falta a discriminação positiva por parte do Estado para que as coisas avancem”. Por isso, defende o autarca, “não podemos baixar os braços nem desanimar. Já houve ciclos na história de Portugal em que isto aconteceu e nós continuamos a acreditar que haverá um dia em que estes territórios terão alguém a olhar para eles de forma diferente”.

Domingos Torrão avisa que “são os governantes e a Assembleia da República que têm que definir estratégias para o país e saber se esta parte do território interessa ou não ao país. Olho para o país e aquilo que me fazem ver, o que me querem vender, é que o país é de Braga a Setúbal e o resto é para ir mantendo. Em termos estratégicos nós temos que saber se o Estado, os governos que por lá têm passado, estão apostados ou não em dar condições a este território, onde “continuamos a definhar”.

Fazemos questão de acabar onde começamos. Lá em cima, na velha barbearia de João, o mundo está avesso a este mundo ao avesso. Nas latitudes do encanto e do desencanto, esta é apenas uma simples crónica de um tempo que sequestrou a juventude.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Leituras

Biblioteca de Penamacor celebra 4 anos no Solar do Conde

A Biblioteca Municipal de Penamacor está há quatro anos no Solar do Conde e para celebrar a data preparou uma palestra dedicada aos idosos.

Um grupo de alunas finalistas da Escola Superior de Enfermagem, do Politécnico de Castelo Branco, vai estar em Penamacor na manhã de quarta-feira, dia 14, para falar de temas como a doença de Alzheimer, solidão nas pessoas idosas, suicídio na pessoa idosa e cuidados gerontopsiquiátricos.

A iniciativa está marcada para as 10h30, nas instalações da biblioteca.

Quem aparecer pela Biblioteca Municipal de Penamacor ao longo do dia é também convidado para o café e leva para casa uma lembrança.

A Biblioteca Municipal de Penamacor foi criada em 1949 e depois de várias moradas abriu portas no Solar do Conde em Julho de 2005. A inauguração oficial aconteceu um ano depois, com a presença da então ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima.

Autor: José Furtado in jornal "A Reconquista"

Investimento

Lar adjudica Unidade de Cuidados Continuados de Penamacor

A construção da Unidade de Cuidados Continuados de Penamacor foi adjudicada à empresa Certar, anunciou esta sexta-feira a direcção do Lar D. Bárbara Tavares da Silva.

Segundo a instituição a empresa tem agora um mês para iniciar os trabalhos de construção, que deverão ficar concluídos dentro de um ano.

A construção da unidade representa um investimento próximo dos dois milhões e meio de euros, e criará cerca de 20 postos de trabalho directos.

O Lar Dona Barbara Tavares da Silva procura agora apoios e parceiros “para um outro empreendimento, neste caso para construção de um novo Lar para Idosos, visto que o existente com o decorrer dos anos já demonstra algumas fragilidades perante as exigências dos utentes” refere o comunicado.

Mais informação na próxima edição do Reconquista.

Autor: José Furtado in jornal "A Reconquista"

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Externato de Nossa Senhora do Incenso “renasce” em encontro



Colégio deixou saudades e vontade de reencontro

Alunos, professores e funcionários do antigo colégio de Penamacor encontraram-se para recordar os tempos de escola. Alguns não se viam há 40 anos.

O sino deixou de tocar há alguns anos, mas as memórias do Externato de Nossa Senhora do Incenso continuam vivas. Antigos alunos, professores e funcionários do colégio de Penamacor juntaram-se no último sábado no parque de campismo do concelho, para recordar os tempos passados no edifício que ainda hoje marca a paisagem da vila. A ideia era antiga e começou a ganhar forma no dia da festa da Senhora da Póvoa. Em poucas semanas pôs-se de pé uma organização que conseguiu juntar cerca de 120 pessoas.

“Nós não tínhamos contactos, não tínhamos nada. Foi tudo com a prata da casa”, conta Manuela Lourenço, antiga aluna e uma das organizadoras do encontro. O objectivo é organizar uma comissão que junte as várias gerações que percorreram os mais de 40 anos de história da instituição.

“Esperemos que daqui saia uma nova iniciativa e que as pessoas passem a encontrar-se pelo menos uma vez por ano”, diz João António Pinto, que chegou ao colégio em 1965. Nesse tempo as escadarias do átrio ainda dividiam raparigas e rapazes, mas apenas isso. “Havia uma grande solidariedade e camaradagem entre as pessoas, que já não existe hoje”, conta o antigo aluno.

O encontro juntou pessoas que não se viam há 40 anos e a organização quer que seja o primeiro de muitos. João António Pinto espera “que daqui saia uma nova iniciativa e que as pessoas passem a encontrar-se pelo menos uma vez por ano”.

São José e Gorete Brito são vizinhas do colégio e antes de lá entrarem como alunas viram passar muita gente pela escola. Da passagem por esta dizem sem hesitar que foram os melhores anos das suas vidas. Mesmo quando “levavam nas orelhas” do conhecido professor Quinhoy, que não pôde estar presente.

“Havia um respeito muito grande entre professores e alunos. Nós sabíamos muito bem onde é que acabava a nossa liberdade e começava a liberdade deles. Mas havia ao mesmo tempo uma grande amizade”, diz Gorete Brito. Valores que gostariam de ver aplicados aos dias de hoje.

“Esses valores são muito importantes para as pessoas que estão em Penamacor e que têm como referência que Penamacor deve ser uma família num espaço pequeno e que não deve haver nada nem ninguém a dividir o concelho”, diz uma das irmãs. Mas falar do colégio é também falar das festas que ficaram na memória de muitos, como o dia da Senhora da Conceição em que as mães eram homenageadas e havia oferta de enxovais, até aos carnavais em que todos participam e à feira do livro, que o colégio organizava sozinho no Jardim da República. Memórias para continuar a desfiar numa próxima oportunidade.

Autor: José Furtado in jornal "A Reconquista"

Convívio

Bemposta junta Joões

Os Joões da freguesia de Bemposta juntaram-se no final de Junho para um convívio organizado pelo Grupo Onomástico Joões da Bemposta. O encontro na Casa do Povo juntou mais de 40 naturais e amigos da terra, com idades entre os 2 e os 85 anos.

Segundo a organização esta é uma maneira de lutar contra os três “D´s”: desânimo, (de)interesse e desertificação. E para o ano há mais, como sempre no fim-de-semana a seguir ao São João.

In jornal "A Reconquista"

Campismo

Piscina do parque com obras

A piscina do parque de campismo do Freixial reabre esta semana após algumas obras de manutenção, realizadas pela Câmara Municipal de Penamacor. O revestimento da piscina pública mais antiga do concelho foi substituído por razões de segurança dos banhistas, já que os pequenos mosaicos em pastilha se descolavam, deixando arestas. Por causa destas “algumas crianças apareciam com cortes nos pés”, explica ao Reconquista o vereador António Cabanas.

Os mosaicos foram substituídos por uma tela que imita o anterior revestimento, procedendo-se ainda a algumas obras nos balneários e na recepção do parque. Já em 2009 a Câmara Municipal de Penamacor tinha realizado obras na zona do bar.

O Parque de Campismo do Freixial fica junto à ribeira da Baságueda, na estrada que liga o recinto da Senhora do Bom Sucesso à freguesia de Aranhas.

Autor: José Furtado in jornal "A Reconquista"

Penamacor


Terapias alternativas no jardim da biblioteca

O jardim da Biblioteca Municipal de Penamacor acolhe no fim-de-semana de 17 e 18 de Julho a segunda edição do Encontro de Terapias Alternativas. Yoga, meditação com taças tibetanas, florais de Bach e danças bioenergéticas são algumas das propostas desta iniciativa, onde os visitantes também podem aprender algo mais sobre alimentação vegetariana ou reciclagem. Este ano há também actividades especiais para grávidas e recém mamãs, diz a organização.

A iniciativa é organizada pela mestre de Reiki Anabela Martins, com o apoio da Câmara Municipal de Penamacor. No local decorrerá ainda uma feira com produtos naturais e haverá um bar com comida saudável. O programa detalhado por ser consultado no blogue http://penmagor.blogspot.com.

In jornal "A Reconquista"

Julho começa com torneiras a pingar

Água falta com barragem cheia

O enchimento de piscinas e a falta de capacidade da conduta que vem da barragem da Meimoa são as explicações da Câmara de Penamacor para a falta de água sentida nos últimos dias.

A barragem da Meimoa está cheia como há muito não se via, mas nos últimos dias a água tem faltado em Penamacor. A Câmara Municipal diz que tem detectado consumos anormais e aponta várias razões para o fenómeno. Uma delas é o enchimento de piscinas.

A explicação é avançada pelo vice-presidente da autarquia penamacorense. António Cabanas diz que os proprietários de piscinas que utilizam água da rede pública para as encher “não avisam a câmara como deviam fazer”, apontando esta como uma das razões da situação vivida nos últimos dias. A própria autarquia – sublinha o vereador - coordena com a empresa Águas do Zêzere e Côa o enchimento das piscinas municipais, chegando a recorrer aos bombeiros para que não haja quebra no abastecimento de água às populações. É o que está a acontecer com a piscina do parque de campismo do Freixial, que após algumas obras de requalificação começou a ser enchida com água do sistema de rega da barragem da Meimoa.

A solicitação da Câmara Municipal de Penamacor é mesmo uma excepção, já que os Bombeiros Voluntários de Penamacor confirmaram ao Reconquista que este ano ainda não houve pedidos de particulares para enchimento de piscinas. Segundo a câmara só na zona de Penamacor há 22 piscinas e tanques, três das quais estavam a ser abastecidas na última segunda-feira com água da rede.

A autarquia debate-se ainda com a necessidade de substituição da conduta que abastece os depósitos da vila através da barragem da Meimoa, que segundo o vereador “não aguenta mais pressão”. A solução terá de ser encontrada em colaboração com a empresa Águas do Zêzere e Côa, que é responsável pela captação e abastecimento dos depósitos a partir dos quais a câmara fornece água aos munícipes. António Cabanas admite que este é um investimento avultado, mas que terá de ser feito “mais cedo ou mais tarde”.

Para colmatar a falta de água foi solicitada uma viatura aos bombeiros, que estão a abastecer as habitações das zonas altas de Penamacor.

A Câmara Municipal de Penamacor tem ainda detectado consumos de água fora do habitual durante o período da noite, que António Cabanas classifica de “extremamente preocupantes”, admitindo a hipótese de roubos de água.

Autor: José Furtado in jornal "A Reconquista"

REORGANIZAÇÃO CONTESTADA

A assembleia municipal de Penamacor aprovou por maioria um documento que vai ser enviado ao ministério da educação onde se contesta a proposta de reorganização da rede escolar.

Para Francisco Barreto a última proposta apresentada pela tutela reflecte "uma clara falta de planeamento com consequências graves para as populações sendo que, no nosso concelho, as freguesias vão ficar cada vez mais abandonadas".

O também presidente da junta de freguesia de Águas espera que a partir do próximo ano lectivo também a escola EB 2/3 Ribeiro Sanches possa diversificar as suas ofertas formativas. Para Francisco Barreto "essa situação pode contribuir não só para evitar o abandono de alunos daquele concelho como também captar estudantes de municípios vizinhos; e é bom que tenhamos noção de que se esse caminho não for seguido e atendendendo ao número de alunos que temos, o próprio ensino secundário pode mesmo ficar em causa no nosso concelho".


Autor: Nuno Miguel in "Rádio Cova da Beira"

terça-feira, 6 de julho de 2010

SEM ÁGUA

Desde sexta-feira, muitos habitantes da vila de Penamacor estão sem água nas torneiras.
Não há avaria nem ruptura nas canalizações, o consumo excessivo do preciso líquido é a razão apontada pela câmara municipal para a falta de água, nomeadamente nas zonas mais altas da vila.

(OUVIR NOTÍCIA)

Autor: Paulo Pinheiro in "Rádio Cova da Beira"

Convívio de Pedroguenses 2010





segunda-feira, 5 de julho de 2010

JORGE SEGURO DEIXA O AVISO

O presidente da assembleia municipal de Penamacor garante que vai enviar para o ministério público todas as situações de faltas não justificadas de deputados a reuniões daquele órgão.

Na última reunião do órgão, que decorreu de forma descentralizada na freguesia de Aranhas, Jorge Seguro referiu que "qualquer situação de faltas injustificadas deve ser comunicada pelo presidente da assembleia municipal ao ministério público e há vários deputados que ainda não apresentaram qualquer justificação de falta sendo que, pela percepção que eu tenho, já podemos estar perante alguns casos de eventual perda de mandato".

Jorge Seguro decidiu por isso estabelecer um prazo "até ao final da próxima semana para que todos os senhores deputados possam regularizar a sua situação; caso isso não suceda vou dar conhecimento ao ministério público de todos os casos de faltas injustificadas, cometidas por deputados nas reuniões da assembleia municipal de Penamacor".

Autor: Nuno Miguel in "Rádio Cova da Beira"

Penamacor, terra que já foi de linces, luta agora para não perder as gentes





Alinhar ao centro








Os sinos dobram cerca de 50 vezes por ano em Penamacor, três vezes mais do que os nascimentos celebrados na totalidade das 12 freguesias que constituem este concelho do distrito de Castelo Branco e que estudos recentes consideraram como o mais envelhecido do país. As povoações assemelham-se cada vez mais a velhos postais, onde figura apenas o casario fechado. As escolas primárias já são metade das que existiam há duas décadas. Os lares têm gente como nunca. Tal como os cemitérios, que, passe a morbidez e o contra-senso, parecem ser os locais mais movimentados.

"A câmara municipal e o Lar Residencial Dona Bárbara Tavares da Silva são os maiores empregadores do concelho, cada qual com cerca de 350 funcionários". É assim que Filipa Manteigas, socióloga do Gabinete de Acção Social do município, classifica a vida na zona do país que, de acordo com um estudo da presidente da Associação Portuguesa de Demografia, Maria Filomena Mendes, já é a mais envelhecida do país, com um total de 545 pessoas com mais de 65 anos de idade por cada 100 jovens até 15 anos.

"Todos os anos, há mais ou menos 50 óbitos em Penamacor e apenas 15 a 20 nascimentos em todo o concelho", diz a responsável camarária, salientando a dificuldade em inverter o recuo demográfico. "Existem algumas pequenas empresas familiares e duas ou três com alguma dimensão, uma delas exporta azeite para 15 países, e há também outra que negoceia em mel e outra em leite e queijos. Mas não surgem novos empregos, e os jovens partem para Lisboa, para Coimbra ou para outras cidades grandes, e só voltam nas férias", explica.

Metade das 12 freguesias do concelho ainda possui ensino básico, sendo que o 1.º ciclo absorve um total de 131 crianças. A maior parte (84) está em Penamacor, que, tal como Aldeia do Bispo (15 estudantes), tem vindo a absorver as crianças das aldeias onde as escolas têm vindo a encerrar. Mesmo sem definição oficial, não se augura grande futuro para as primárias de Águas, Salvador e Benquerença, respectivamente com cinco, seis e nove alunos.

Da taberna para o táxi

Fernanda Baites não quis engrossar a taxa de desempregados em Penamacor, que, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), atingia em 2001 os oito por cento. Em Setembro do ano passado, Fernanda deixou uma vida de "25 anos de taberneira" e agarrou-se ao volante de um táxi.

"Se isto dá?... Há quatro táxis em Penamacor. Quanto a mim, são de mais. Por vezes até penso que um só já chegava. Não fosse o centro de saúde a dar trabalho (muitos doentes vão de táxi às consultas a Castelo Branco, a 50 quilómetros de distância), e ninguém ganhava nada com esta vida. Temos de agradecer à doutora Sílvia [do centro de saúde local], porque, quando o centro acabar, acabam-se os táxis", diz Fernanda.

Meia centena de metros abaixo, lembrando tempos em que só a vila tinha mais habitantes do que aqueles que existem hoje em todo o concelho (cerca de 5.500), mantém-se alva e altiva a frontaria da antiga Garagem Petronilho. As bombas de gasolina já não existem e a carreira já não faz ali paragem para apanhar e largar passageiros. Lá dentro, já nem há aprendizes de mecânicos e bate-chapas. Está apenas um homem, rodeado de lápis, papéis, trapos, vestidos, caixas de plástico, bugigangas de toda a cor e todo o formato. A antiga Garagem Petronilho, antiga propriedade de José Nunes Petronilho, homem que a PIDE (a antiga polícia política) conduziu a Lisboa em diversas ocasiões, é hoje o mais recente estabelecimento comercial da zona: uma loja chinesa.

Se os táxis andam ao sabor das consultas, e o comércio tradicional definha, os restaurantes da vila praticamente só trabalham no período do almoço. Conseguir uma refeição depois das 22h é quase como acertar na combinação vencedora do Euromilhões. "Não se vive mal, porque todos têm uma pequena horta, mas há cada vez menos gente", diz Filipa Manteigas, lembrando que nem as benesses camarárias, tais como a redução das taxas de licenciamento, parecem capazes de seduzir novos investidores. "Existe um programa de incentivo à criação de novas empresas. Até agora, tivemos [câmara municipal] duas candidaturas".

Não sabem nada do Portas?

O antigo quartel onde esteve sediada a 1.ª Companhia Disciplinar do Exército é hoje um núcleo museológico onde são lembrados os militares portugueses que combateram nas trincheiras da I Guerra, em 1914/18, e também Álvaro Cunhal, o líder histórico do PCP, que por ali esteve encarcerado durante dois meses.

"Eu sou de Fóios [Sabugal], mas lembro-me bem de como era a vida. Metade da terra era de quatro famílias, que tinham os prédios e os terrenos. O resto das pessoas trabalhava para eles. Os homens ganhavam dez ou doze escudos por dia, que dava para um litro de azeite. E as mulheres ganhavam metade. Depois havia o quartel e os militares", lembra um idoso que, sem querer identificar-se, se orgulha do seu passado de contrabandista. "Havia noites em que passávamos para Espanha de 150 a 200 cavalos carregados de café e de minério", lembra.

Ao lado, à sombra de uma árvore, na zona histórica da vila, onde quase não se vê vivalma, a mulher do antigo contrabandista tenta saber novas de Lisboa. "Não sabem nada do Paulo Portas? O Miguel ainda vai aparecendo por aqui, agora o Paulo não diz nada há muito tempo... Uma cartinha ou outra e nada mais...", diz a idosa, explicando que há muitos anos serviu na casa onde cresceram os políticos, em Vila Viçosa. "Aqui já não vem quase ninguém... Não há gente...", lamenta. E o lince da Malcata? "Linces? Isso já não há. E qualquer dia não há gente".

Autor: José Bento Amaro in jornal "Público"

sexta-feira, 2 de julho de 2010